Blog para os amantes de RPG, principalmente GURPS. Regras, idéias, adaptações, resenhas e dicas para a sua seção nunca mais ser a mesma.
-
Sobrevivi, e agora? #1 - Será o fim ou apenas um recomeço?
Nesta série escreveremos sobre vários aspectos deste tipo de aventura, o temível APOCALIPSE, explorando suas possibilidades em vários aspectos diferentes.
Cada post da série falará sobre um assunto dentro do tema e seguiremos até que eles se esgotem ou cansemos do assunto.
-A+Adomingo, 25 de dezembro de 2011
Background Objetivo e Dicas
Fala polvo!
É natal, é domingo... Mas é dia de postagem livre! Então eu vou falar sobre o background (BG para os íntimos) do personagem. Pra quem não sabe,
background é a história de vida do personagem antes de ele se tornar
aventureiro. Acontece que muitos jogadores não entendem a importância de um bom
BG (ou simplesmente ignoram, quem nunca ouviu a odiosa pergunta "precisa fazer história" enquanto narrava?). Uma coisa que todo mundo sabe é que o narrador é o responsável
por desenvolver a trama, criando os elementos mais marcantes da aventura. Para que ele consiga fazer isso de maneira mais envolvente pra cada personagem, criando temas e metas que realmente fariam o fulano entrar de cabeça numa causa que pode matá-lo, é importante que exista um BG satisfatório, do contrário toda missão corre o risco de ser negada por desinteresse financeiro, arruinando uma semana de planejamento.
Em Daemon, esse assunto é
tratado de maneira estranha, como uma espécie de “questionário” que vem em cada
publicação. A ideia não é ruim, mas pode levar o jogador a construir histórias
inchadas. Ele aborda bons temas, mas nas mãos de jogadores mais poéticos ou prolixos,
pode semear um BG no meio de uma confusão total. Vale lembrar que uma
história rica pode gerar jogos interessantes e envolventes, mas pra ser completa não precisa ser grande, basta ser objetiva.
Pra continuar esse post de maneira mais confortável, vou conceituar cada tipo de
jogo pra vocês e em seguida dar dicas de como chegar ao background ideal pra eles
(pelo menos em minha opinião). Pode ser que alguém discorde, mas mesmo assim lá
vai:
ONE SHOT: aventuras
curtas e objetivas que serão jogadas em uma tarde. Geralmente tem como objetivo
maior matar o vilão, salvar a princesa e roubar o tesouro.
Pra esse tipo de
jogo não é necessário aprofundar a história do personagem, mas também não cabe
descaso total para com ela. Você pode usar histórias clichê, como “orcs
mataram minha mãe e eu quero vingança”, mas uma dica interessante é ver o tema
com o mestre, pra poder encaixá-lo nesse padrão. Se a missão envolve a coleta
de certo material num reino vizinho, por exemplo, o que diabos isso vai ajudar
na sua vingança contra os orcs? Crie apenas um conceito genérico, mas tente usar (ou violar)
um estereotipo, pra que fique mais divertido.
AVENTURA COMUM: uma
aventura mais elaborada, com enigmas, pegadinhas ou desafios e objetivos bem maiores do que simplesmente
matar o vilão ou salvar a princesa.
Por ser mais complexa ela pode demorar
mais tempo, então, crie uma história que vá além do clichê de aventura
solo, alguma coisa que possa te divertir. Acrescente elementos como parentes e amigos, isso vai
gerar brechas pros vilões atacarem seus entes queridos e o mestre criar missões
secundárias. Aventuras comuns podem virar campanhas, então pense em coisas que
podem acontecer após a missão (lembrando que suas metas e prioridades podem
mudar, então não pense muito longe).
FREESTYLE: a aventura
não tem um itinerário, cabendo aos jogadores traçar suas próprias metas enquanto
o mestre lida apenas com as regras.
É o estilo de jogo mais complexo, que não depende só de boa inspiração, mas também de criatividade e entrosamento pra explorar os próprios ganchos
de aventuras junto com seu narrador. Esse tipo de jogo é ideal pra RPGistas experientes,
então nem vou entrar muito no campo das dicas, só vou reforçar o que eu disse
no inicio do post - seja objetivo! Fale o que quer dizer e não faça rodeios, afinal, o mestre tem mais três ou
quarto jogadores experientes e criativos pra administrar, se todos incharem o BG com palavras bonitas e poesia ele
ta ferrado!
JOGO SOLO: qualquer
dos estilos de jogo apresentados pode ser feito como jogo solo, com o mestre narrando
pra um jogador apenas.
Nesse estilo sim você pode liberar o Shakespeare que
dorme nos meios teus (sacô, Hermanoteu?). Você é o único jogador, então crie o que quiser desde que
não perca em coerência e clareza. Coloque as opiniões do seu personagem, fale sobre
o temperamento dele, os parentes, relações com as pessoas, dinheiro, família e amigos, exponha a visão
política e religiosa, enfim... Encha o background de brechas pra que o narrador
possa trabalhar em cima delas, afinal, o jogo gira em torno de você!
Bom, é isso então. Pensem bem na hora de criar seu background,
coloquem ganchos de aventuras, metas pessoais, inimigos ou aliados, mestres ou
patrocinadores, enfim, qualquer coisa que o mestre pode usar pra enriquecer o
jogo é bem vinda. Isso não dá trabalho nenhum e quem sai ganhando é a diversão!
Grande abraço pessoal, obrigado pela atenção e feliz natal!