• Sobrevivi, e agora? #1 - Será o fim ou apenas um recomeço?

    Nesta série escreveremos sobre vários aspectos deste tipo de aventura, o temível APOCALIPSE, explorando suas possibilidades em vários aspectos diferentes.
    Cada post da série falará sobre um assunto dentro do tema e seguiremos até que eles se esgotem ou cansemos do assunto.

  • Armas, digo, “quase” armas

    Toda arma causa dano, mas nem tudo que causa dano é uma arma, partindo deste principio esse post se dedica a armas improvisadas, objetos pegos ao acaso durante o combate e a armas quebradas, em decomposição ou baratas demais.

  • Interpretando Gênios

    Interpretar uma inteligência abaixo da sua é fácil e geralmente também muito engraçado, mas quando a IQ do personagem supera a sua eis que surge o verdadeiro desafio.
    Como pensaria um ser de inteligência superior a sua?

  • Um Dia Triste - Quando um Personagem Morre

    Não é de hoje que a morte de um personagem é tratada como algo ignorável nas mesas de RPG.
    Vejamos as consequências da morte de um personagem e as reações que ela pode causar nos companheiros do herói que se foi.

  • GURPS Medieval Fantasia Existe

    GURPS é famoso por seus muitos livros e regras, que possibilitam uma variedade imensa de campanhas, desde viagens interplanetárias a policiais magos contra vilões alienígenas.
    E por que não, o famoso Medieval Fantasia?

  • Desvantagens - A alma do seu personagem

    Não é de hoje que os jogadores utilizam as desvantagens para ganhar mais pontos na ficha ou até procuram desvantagens que parecem “vantajosas” pra seu personagem.
    Vou tentar explicar como escolher-las e como utilizá-las.

-A+Adomingo, 18 de dezembro de 2011

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Roleplay Estratégico e Reação Exagerada


Fala Polvo!


Hoje é domingo! Dia livre pra postar o que eu quiser, então vou abordar um tema um tanto estranho: os excessos cometidos por certos jogadores em nome da interpretação. Quem nunca presenciou um personagem que, por algum motivo qualquer, tenha sido ofendido e reagido de maneira exagerada diante dessa situação? Todos estamos sujeitos a certos abusos e situações irritantes no dia a dia. A realidade em que vivemos é estressante, todo mundo correndo, preocupado com a hora e com os compromissos do final do mês, as vezes estamos com a cabeça quente  por causa de notas baixas ou problemas pessoais. Enfim, o caso é que por mais mau humorado que você esteja, nada justifica um ato de violência. Se nada justifica a violência o que vai servir de desculpa pra um exagero? Querem um exemplo?


Durante uma missão o grupo acaba encontrando um diamante. O tal diamante a princípio não tinha muita utilidade, por isso o bárbaro decidiu guardá-lo pra vender depois. Acontece que numa certa situação passou pela cabeça do bardo usar o diamante pra lidar com um pequeno probleminha (que envolvia um pedestal e uma armadilha elétrica monstruosa). Inconsequente pra caramba, o bardo se aproxima do bárbaro e tenta surrupiar o tal diamante, "pegar emprestado" sem pedir permissão.

Resultado? O pobre bardo foi agredido com uma machadada! Ok, ok… não vamos condenar o bárbaro, afinal o bardo foi bem sem noção de tentar roubar o diamante, além do mais o brutamonte bateu com a lateral da lâmina, mas aquilo foi realmente necessário? Será que repreensão verbal, um empurrão, ameaças (teste de intimidação) ou um simples soco não seriam o suficiente pra repelir o companheiro xereta? Tinha que usar uma arma?

Tenho exemplos mais drásticos de outras aventuras que eu já joguei ou narrei, como o do mago que viu uma multidão de curiosos e invocou um troll, no meio da capital de um reino, só pra subir no ombro do bicho e ver melhor o que tinha atraído aquelas pessoas; ou do guerreiro minotauro que bateu no taverneiro com o balcão (é, também jogo 3d&t) só porque o pobre homem repreendeu seu grupo, que estava fazendo arruaça dentro do estabelecimento. Posso passar o dia inteiro citando exemplos, alguns cometidos por mim, inclusive, mas esse do bárbaro foi o primeiro que me veio a cabeça.

Alguns jogadores, sobretudo os iniciantes, tendem a pensar que o RPG é como um jogo de videogame, onde seu personagem é o centro da trama e pode fazer o que quer, quando quer e como quer (como no game GTA ou em vários RPG online). Eles devem lembrar que acima de tudo, um mundo de RPG possui regras. Um troll no meio de uma capital pode gerar um tumulto horrível, pessoas vão começar a correr em desespero, vai começar um empurra-empurra, gente vai ser pisoteada e pode até morrer, sem falar no apetite do troll por carne humana! Seguindo agora o prisma legal da coisa, rachar a cabeça do taverneiro com um balcão de 200kg vai atrair problemas com a guarda da cidade (e em casos extremos até o Protetorado Real poderia entrar na briga). Repreensão verbal vale todo esse esforço?

Quando uma situação dessas acontecer imagine o que uma pessoa normal faria, depois pense nas consequências desse ato em escala social e universal. Se um policial de folga sai no braço com o um cara no meio de uma festa, ele será expulso pelos seguranças como aconteceria com qualquer infeliz que briga em uma festa (aliás, essa atitude é condenável, nunca faça isso!). Se ele sacar uma arma que eventualmente esteja carregando na cintura e balear o cara com quem se desentendeu, aí sim a casa cai. Vale lembrar que em várias épocas da história da humanidade o crime de homicídio era punido com a morte, não com 12 a 30 anos. Por mais poderoso e influente que seu personagem possa ser, ele vive em sociedade e existem leis que proíbem esse tipo de comportamento.

Assim sendo, meninos e meninas, evitem puxar suas armas quando um mendigo tentar bater sua carteira. Tente pensar mais na interpretação e menos naquela sua Força 15 e briga 40/40. Mas antes de qualquer outra coisa, não bata no bardo sem motivo, ele conhece magias de cura e a maioria de suas habilidades de controle mental é resistida com força de vontade (que não é exatamente o melhor atributo dos bárbaros). Ganhar o rancor de um personagem de apoio pode ser MUITO pior do que perder um diamante.

Grande abraço pessoal, obrigado pela atenção.
(texto originalmente publicado no Hora da XP)